- Na festa da empresa pode rolar paquera? Pode, mas a culpa não é da festa.
Para muitos casais, o fim de ano representa uma espécie de prova de fogo para o relacionamento, já que nos dias que antecedem as festividades de final de ano muitas empresas costumam realizar suas badaladas festas de confraternização. Como a maioria não permite que o funcionário leve acompanhante, não é raro que o par sinta ciúmes da diversão alheia.
"As pessoas ficam mesmo mais soltas nessas ocasiões", comenta a terapeuta de casal Cleide Vieira, do Rio de Janeiro (RJ). "Afinal, elas representam o fim de um ciclo e todo mundo quer extravasar a tensão e o cansaço dos últimos meses. No entanto, isso não significa necessariamente que o parceiro ou parceira vá 'aprontar'. O que cada um sente sobre o outro diz respeito a outras questões do relacionamento que podem não tem nada a ver com o acontecimento em si", completa. Para muitos casais, o fim de ano representa uma espécie de prova de fogo para o relacionamento, já que nos dias que antecedem as festividades de final de ano muitas empresas costumam realizar suas badaladas festas de confraternização. Como a maioria não permite que o funcionário leve acompanhante, não é raro que o par sinta ciúmes da diversão alheia.
Alguns homens e mulheres, mais controladores e possessivos, tentam proibir que o par participe desse tipo de comemoração, o que não é, segundo especialistas, nem um pouco saudável para a relação. Trata-se do mais evidente sinal de falta de confiança no outro. E como não confia, se sente inseguro com o ambiente que pode favorecer que ocorram envolvimentos fora da rotina de trabalho.
Para a psicóloga Maria Rocha, de São Paulo (SP), a festa pode, sim, favorecer algo que já existe --uma paquera ou uma atração entre colegas--, ainda mais porque a bebida alcoólica ajuda as pessoas a ficarem mais desinibidas.
"Mas isso são atitudes ou sentimentos particulares de cada um, independentemente da reunião de final de ano. A pessoa não é assim só nessa situação, ela é assim o tempo todo. O que está em jogo é a personalidade de cada um. A bebida apenas encoraja comportamentos que estão represados", afirma.
"Para mim, parecem mais sinônimo de fuga do que acordos. Não demonstram confiança em si nem no outro. É bem diferente não ir por não querer estar sem o par do que não ir para não correr riscos", fala Yara. "E mais: esse tipo de ajuste cria precedentes para várias outras situações de manipulação e controle; sendo que, por mais que alguém se esforce em tomar conta da vida do outro o tempo todo, nada oferece a garantia de a relação dar certo ou ser imune a uma traição", declara Cleide.
Por fim, a psicóloga Maria Rocha levanta outra hipótese: a de que quem tenta podar o par, na verdade, é que cultiva determinadas ideias na cabeça. "Ele pode projetar no outro aquilo que tem vontade de fazer, faz ou vê acontecer. Mas é uma fantasia da pessoa, que pode estar pautada em fatos reais ou não", expõe.